sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

. Tipos de conhecimento


Antes de nos debruçarmos sobre o tipo de conhecimento a que se dedicam os filósofos, o nosso próximo tema, convém distingui-lo de outros tipos de saber.
O primeiro tipo de saber de que podemos falar é um saber prático, uma atividade que não implica grande reflexão. Confunde-se, por isso, com o saber fazer, o know how como dizem os ingleses e nós às vezes por empréstimo, o savoir faire dos franceses. Trata-se, portanto, da aplicação ou uso de uma técnica. É o saber que me permite andar de bicicleta, conduzir um carro ou nadar. É verdade que sempre posso melhorar a técnica e isso poderá exigir alguma reflexão, mas não aprendo a nadar duas vezes. Uma vez aprendida, limito-me a aplicar a técnica que domino.
O segundo tipo de saber é aquilo a que se chama conhecimento por contacto, direto ou indireto. É um conhecimento àcerca de pessoas ou lugares, de objetos concretos. O conhecimento que me permite afirmar, por exemplo,  "Katmandu é a capital do Nepal". Um conhecimeto que também não exige reflexão, portanto, uma vez que o adquiri por familiaridade. Por ter ido ao Nepal, por ter lido a informação num qualquer livro, por ter lido esta publicação... Ou seja, um saber constatativo e  cumulativo, que é tão maior quanto a minha experiência.
Por último, temos o conhecimento proposicional, isto é, o saber que, e é deste que se acupam os filósofos. Trata-se de um conhecimento cujo objeto são proposições, isto é, afirmações  que fazemos àcerca da realidade e cujo valor de verdade podemos sempre testar. O conhecimento em causa, por exemplo, quando afirmamos "o João sabe que Buenos Aires é a capital da Argentina". O que é diferente de dizer "Buenos Aires é a capital da Argentina". No primeiro caso, o que o João sabe é que a proposição expressa pela frase que vem a seguir à palavra "que" é verdadeira. As condições de verdade das proposições, isto é, em que circunstâncias podemos afirmar que as nossas afirmações são verdadeiras, o tipo de afirmações que fazemos, assim como a proveniência do conhecimento por detrás dessas afirmações - as fontes do conhecimento -, são algumas das questões que preocupam os filósofos que se dedicam a este domínio. 

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