Muitas vezes socorremo-nos das ideias de outras pessoas para fazer novas descobertas e para descobrirmos o que não podemos descobrir sozinhos. Quando não temos tempo para ver todos os filmes em cartaz, por exemplo, é normal que consultemos a opinião dos críticos de cinema antes de tomarmos uma decisão. Quando se trata de obter informações relativas a um passado longínquo, ou em relação a qualquer realidade a que não temos acesso direto, fazemos o mesmo: confiamos na palavra de quem sabe sobre o assunto e reproduzimo-la como se fosse nossa. Nestes casos, somos obrigados a argumentar desta forma genérica:
X (uma pessoa ou organização que tem obrigação de saber) diz Y.
Logo, Y é verdade.
Aos argumentos que exibem esta forma atribui-se o nome de argumento de autoridade ou magister dixit (o mestre disse). Por exemplo:
José Mourinho diz que o futebol requer inteligência.
Logo, o futebol requer inteligência.
Outro exemplo ainda:
A Amnistia Internacional diz que há violência policial nas esquadras portuguesas.
Logo, há violência policial nas esquadras portuguesas.
Como em todos os argumentos, porém, há que ter alguns cuidados. Às vezes é arriscado confiar na palavra de outra pessoa. Pode acontecer que essa pessoa tenha interesses escondidos. Como acontece, por exemplo, com as celebridades que dão a cara em artigos publicitários cujos produtos não foram verdadeiramente testados, por motivos meramente económicos. Ou então, quando se trata da opinião de alguém comprometido com uma determinada tendência política - as pessoas de direita e de esquerda vêem o mundo de maneira diferente -. É por isso que os argumentos de autoridade são muitas vezes falaciosos, uma vez que é difícil encontrar matérias que não gerem discussão e recolham unanimidade. Ou seja, para que um argumento de autoridade seja bom é necessário que o especialista ou especialistas invocados sejam realmente especialistas da matéria em causa e que os outros especialistas não discordem dele ou deles.
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