quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

. FI5: Derrapagem - bola de neve ou declive ardiloso - (ad consequentiam)


Neste caso, tal como o nome indica, derrapamos de premissa improvável em premissa improvável até cairmos numa conclusão mais improvável ainda. Trata-se de uma falácia que ocorre em argumentos formalmente válidos cujo objetivo é provar que P é inaceitável porque P permite extrair consequências igualmente inaceitáveis. Dito de outro modo: defende-se que se um determinado acontecimento occorrer outros perigosos lhe sucedem e assim sucessivamente, como se de uma bola de neve se tratasse. Tal como acontece no exemplo que se segue:
A comissão de finalistas pediu à direção da escola uma sala para reunir. Se a direção da escola lhes fizer a vontade, em breve pediriam um salão de jogos, depois um bar e, em seguida, um salão para fazer rave partys. Isso levaria a escola à bancarrota e transformá-la-is num centro de diversão. Logo, a direção não deve ceder a sala.
Trata-se de um argumento falacioso muitas vezes utilizados para discutir questões mais polémicas, como a pena de morte, a eutanásia, a legalização das drogas leves, a adoção por parte de casais homossexuais... : Se permitirmos que aconteça X, qualquer dia acontecerá Y. E isso não é bom.
Para denunciar a falácia e combater um argumento deste tipo, basta identificar a ideia que está a ser atacada - X - , o evento final - Y -, e mostrar que este não é uma consequência necessária daquela. Voltemos ao nosso exemplo:
Ceder uma sala para que a comissão de finalistas reúna não é dispendioso - basta que a reunião seja feita de dia e se abram as janelas para que a luz natural entre - nem é condição para que se crie um centro de diversão. Da mesma forma que a abolição da pena de morte não significa maior número de crimes violentos nem a legalização da eutanásia uma boa oportunidade para os médicos sem escrúpulos...

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