Nem todos os artigos publicitários têm a mesma qualidade. Os maus profissionais, como já vimos a propósito do argumento de autoridade, recorrem muitas vezes a falácias. A ideia é convencer-nos no menor tempo possível - tempo é dinheiro, sobretudo em televisão - a comprar o produto que apresentam. Numa palavra, o que importa é ser eficaz. Mesmo que para isso tenham que passar um atestado de ignorância aos potenciais consumidores, apelando aos seus impulsos mais primitivos. O mesmo se passa com os chamados "cabeças falantes", os fazedores de opinião empenhados empenhados em adormecer o nosso espírito crítico. Pois é... não deixes que te substituam, ainda que às vezes seja mais cómodo seguir a posição dos outros, segue a máxima de Kant - sapere aude -, um filósofo que estudaremos ainda este ano, e ousa pensar por ti próprio. Para que estejas prevenido e exercites a autonomia de pensamento, nada melhor que estudar e saber identificar as falácias. As que já trabalhámos e as que sucintamente deixo de seguida:
1. Apelo ao povo ou ad populum - quando se defende uma posição porque uma parte representativa do povo, a maioria, também defende. Ex: se quase todos os jovens usam calças a cair pelo rabo abaixo, eu também uso. É moda. Poie é.... e se a maioria estiver errada?
2. Apelo à força ou ad baculum - quando se tenta convencer uma pessoa alertando para as consequências desagradáveis que poderão resultar se defender uma posição diferente. Não te soa a chantagem? Pois é... Ex: Se queres manter o emprego, é melhor que concordes com o que o patrão diz.
3. Apelo à misericórdia ou ad misericordiam - quando se tenta passar uma mensagem apelando à piedade de quem ouve ou lê. Ex: Sr. Guarda, bem sei que vinha em excesso de velocidade. Mas se perder a carta fico sem emprego - sou motorista - e se não trabalho não posso alimentar os meus filhos. Pois é... e que tal pensar nas consequências antes de agir precipitadamente?
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